2/25/2011

[Fuga para a realidade] Prólogo a Alberto Caeiro

Quando estou cego diante das coisas utópicas que o ser humano criou, quero apenas voltar para os campos, olhar o mar e a planície ventosa ao final de tarde, homenagear o pôr-do-sol e, depois de tomar um banho de realidade, voltar ao mundo das ilusões.
Quando vejo o sol, apenas o vejo. O sol não engana nossos sentidos, pois o seu movimento está aí. O mar nunca me enganou, pois sabe que devo respeitá-lo. A terra também não nos engana, pois sinto o seu calor ao final da tarde, sua poeira que levanta com o vento e traz seus respingos em meu corpo, cumprimentando-me. A noite se inicia, com seu ritual sagrado, vejo cada estrela em sua posição e apenas aceno para elas, em respeito à realidade. Agora, posso voltar.

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