Na caverna em que Eco hiberna, o Cara se lamenta:
- Eu sou o tal do hospital
autêntica luna dolorida da coluna cervical
o menos sal no menu do serviçal
urtiga que me mastiga e que te castiga
ordem dos cães tricéfalos que te mordem
oito culos nos óculos mais a ótica neurótica
tiro no escuro, Eu, o Cara escancaro teu fado safado
destino sem tino rumo sem humo surpresa presa
sou o que existe quando desiste o anus do tiranus o dente do presidente.
a primeira a útlima palavra do cosmo da cidade da casa da calçada
o ai do pai vingador o guru do sapo cururu
o varal visceral o mito do vômito!
Menos artificioso, mais prosaico, o Cara na mesa de bar:
- burguês sim! mas só na hora de andar no pedalinho, veja lá...
pô, Kronenbier?
bebericador de cavalos-marinhos
etiqueta da gravata borboleta
terno saguão do megastore livreiro
sorriso reluzente de talheres
olhar oblíquo de lagosta
- vou fazer então aquela cara de crítico
cultural não, de costumes e moralidade,
ai que saudade da Amélia!
o Cara sonha estar postado
na portaria do castelo tijolinho azul
(chão de areia, aroma de mijo):
- um Ego dois Egos três Egos
não Euzinho aqui, Euzinho apenas Super
visiono
entra não entra - entra não entra
Maiores Menores – Maiores Menores
Desenha um círculo no espelho
na altura da virilha
e comendo-se a si mesmo acena
- Muchas gracias thank you agradado
You’re welcome
Nada como eu comigo mesmo
Ainda me caso com esta máquina de xérox.
3 comentários:
Hahaha! Isso tem de ser publicado no Cronópios ou tem de ser linkado do café.
Oi Eliana,
que bom que você gostou! Quanto ao Café, acho melhor não.
Beijo!
Daniel.
pois é, antes de ler isso aqui - os comments- pensei: isso é a cara de boa parte dos frequentadores do Café-Cropnópios. Arre, não me venham com metafísicas, como já disse alguém....
E see publicar lá ninguém veste a carapuça: egos, por sua naturreza, só observam espelhos.
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