2/14/2007

nº 12


Entre os desastres de amor e as delícias do sexo,
apertei o botão de emergência –
mas a saída não apareceu.
E aí eu comecei a cometer loucuras,
no tempo da inconstância e na vala
comum de todas as quimeras, sitiado,
inadaptado, esconso, sou todo ouvidos:
aquilo que o século me sussurra eu tento
decifrar, mesmo que em meio à combustão dos anos a memória vague
poluída, renitente, enquanto teimo em preservar o espanto,
a maravilha e algumas letras
douradas nas lombadas.
(das Notas Marginais)

6 comentários:

Masé Lemos disse...

uma beleza!

bjs

Masé Lemos disse...

uma beleza!

bjs

Daniel F disse...

Pois é Aldemar. Estas notas marginais são ótimas.

Sabe? Por um lado admiro alguém que escreve como você sendo tão rigoroso com as próprias poesias. Por outro penso: às vezes o poeta precisa chutar o balde e mandar ver !

Sou totalmente a favor do gerúndio, apesar de tudo o que ele vem sofrendo ultimamente nas mãos da gestão flexível post-moderna terceirizada.

escrevendo, lendo, fazendo: sei que não é por aí seu questionamento, mas obra é coisa pra posteridade (uma coisa aí que dizem que não existe mais, seria tão bom se ela morresse!). Aproveitando um post do Anderson ontem no Café: "Futuro é prisão" seria meu livro de autoajuda de cabeceira.

vou parando por aqui que nem eu estou mais entendendo o que estou dizendo.

Estou mudando de casa, só agora os livros saíram das caixas. Lembra aquele papo sobre o neoparnasianismo? O livro é: Alcir Pécora (org.). Poesia seiscentista. São Paulo: Hedra, 2002.

Aldemar Norek disse...

valeu, gente.
o problema da posteridade é que quando ela chega, pra quem ela chega, não adianta mais, é tarde demais....
a gente tem que ser feliz aqui e agora.
fico vendo (olha o gerundio...) lá no Cronópios as futuras posteridades(auto-posteridades...) e me torço de rir. Não consigo entender o fenômeno de uma pessoa viver uma vida projetada no futuro, até pq todo futuro é incerto, imprevisível, depende de uma cadeia muito grande de eventos - e a gente não dáconta nem do presente, nem de reelaborar o passado. Nete sentido é que acho que futuro pode ser prisão, e uma prisão autista. Aí surge um link com um post lá embaixo da Masé, "Escrever pra quê?"...
afinal, pra quê que a gente escreve?
Não sei, mas a companhia de vocês neste aqui e agora, nesta viagem, é uma coisa muito boa.
abraços e beijos a todos
aldemar norek
ps p/Daniel: recebi seu livro, nãos ei se já agradeci, mas já andei lendo no meio de sacos de cimento, britas, lavatórios, guinchos, operários, etc, e estou achando muito bom, muito mesmo. Vou ler todo. Ainda estou mergulhado em trabalho por aqui, evou passar o carnaval assim. abração

Aldemar Norek disse...

valeu, gente.
o problema da posteridade é que quando ela chega, pra quem ela chega, não adianta mais, é tarde demais....
a gente tem que ser feliz aqui e agora.
fico vendo (olha o gerundio...) lá no Cronópios as futuras posteridades(auto-posteridades...) e me torço de rir. Não consigo entender o fenômeno de uma pessoa viver uma vida projetada no futuro, até pq todo futuro é incerto, imprevisível, depende de uma cadeia muito grande de eventos - e a gente não dáconta nem do presente, nem de reelaborar o passado. Nete sentido é que acho que futuro pode ser prisão, e uma prisão autista. Aí surge um link com um post lá embaixo da Masé, "Escrever pra quê?"...
afinal, pra quê que a gente escreve?
Não sei, mas a companhia de vocês neste aqui e agora, nesta viagem, é uma coisa muito boa.
abraços e beijos a todos
aldemar norek
ps p/Daniel: recebi seu livro, nãos ei se já agradeci, mas já andei lendo no meio de sacos de cimento, britas, lavatórios, guinchos, operários, etc, e estou achando muito bom, muito mesmo. Vou ler todo. Ainda estou mergulhado em trabalho por aqui, evou passar o carnaval assim. abração

Aldemar Norek disse...

ps. sempre me atrapalho com este novo sistema de senha google....