“Os mais miseráveis, estagnados: o sentimento de insuficiência disfarçado no apego à paixão por si mesmo. Verdadeiros fósseis para a nossa curiosidade
geológica (nietzschean egoarchy). Proporcionalmente: a distância evolutiva entre eles (aborigines) e um macaco superior é menor do que a distância que os separa de Shakespeare, Goethe, enfim, os grandes gênios da literatura.”
“Como no caso daquele velho, o único do lugar que podia tocar os doentes, propor-lhes a cura. Vivia se arrastando pelos cantos, comendo os restos que a comunidade largava (junkie food), os olhões atrás da moita. Uma figura deplorável, usando um desbotado manto púrpura. Aquele olhar de cachorro chutado faria tremerem os alicerces da civilização (how do I know if my civilization is declining?).”
“Mas quando uma baleia encalhava nestas praias que o demônio esqueceu, era para todos um presente dos céus (godsend). Lambuzavam-se na gordura, abriam a carne do cetáceo com as unhas, usavam a pele rosada do bicho como escorregador (playground). Comiam a carne e as vísceras por vários dias, não os incomodando o estado de putrefação daquela intragável ambrosia.”
“O espetáculo mais repelente que já se viu desde que o homem deu o grande salto - quando cheguei por aqui a cara deles era como a dos trapezistas que escorregam sem rede de proteção (eyes fixed on me): o abuso daquela comida nojenta causava peidos e diarréias incontroláveis, mas eles não se envergonhavam de se atracarem em rixas mesmo que suas peles estivessem repletas de feridas causadas por ensolação e intoxicação alimentar.”
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