Buracos na folha arrancada de espiral
Perfilam aspectrais geleiras vindas abaixo
Dando imargem ao reto raio em pauta
É um grande barulho, comovem-se todos
Seguindo a epilepsia, afinal liberta.
Ínfimas fagulhas na freqüência alta
Fazem flauta atrás de expectativa
A tempo de avalizar tão longo aplauso.
São os gritos do norte:
Cortantes ventos além da estufa
Galhofam afora de flocos rolantes
Bolas de neve, dinâmicas pra porção.
Irmãs em desespiro, as mãos se debatendo
Pra fugir à linha acima ou embaixo
Centradas já em outra grafidade
E a sucção perpedra o que caiu
Num susto tão fluxo, soluço
De ponta, curvas em arame que monta
Buracos na folha arrancada de espiral.
(22/01/2007)
3 comentários:
Ficou tão bonito isso, Lois. Dá uma sensação de queda no branco, frio na barriga, um medo repentino. Parece que você tá sussurrando.
Caramba, é uma folha arrancada do caderno!
é, esta folha arrancada dá uma sensação de tristeza.
adorei certos neologismos.
abração
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