"Language is a virus..."
W.S. Burroughs
de pé no cruzamento da Avenida
falando com o relógio digital
Copacabana ruge e cospe cinza
mas ele marca 38 graus
e são 18:15, os carros passam
ele parece não me ouvir nem ver
(esfinge de metal e sem enigma)
- pergunto pra ninguém feito um babaca:
pra onde foram todos os hidrantes
e certas pulsações da minha infância
que anda perdida em vãos pela cidade?
não vou surfar de volta pro passado
porque é lá que não me reconheço
de lá não sou quem parte pro futuro
pra me encontrar aqui desencontrado
à espera de zarpar, e não há mar
falando com o relógio digital
Copacabana ruge e cospe cinza
mas ele marca 38 graus
e são 18:15, os carros passam
ele parece não me ouvir nem ver
(esfinge de metal e sem enigma)
- pergunto pra ninguém feito um babaca:
pra onde foram todos os hidrantes
e certas pulsações da minha infância
que anda perdida em vãos pela cidade?
não vou surfar de volta pro passado
porque é lá que não me reconheço
de lá não sou quem parte pro futuro
pra me encontrar aqui desencontrado
à espera de zarpar, e não há mar
3 comentários:
Oi Aldemar,
vou aqui dar uma de historiador, o passado, passado mesmo, é sempre outro. Não há reconhecimento possível. O resto é mitologia, ou no pior dos casos mistificação fascista, FHC enterrando ou Lula chorando o túmulo de Vargas, sempre acabo votando no Lula, mas é tudo propaganda. Futuro e passado são propaganda. Ou seja: o atual é o que há. Mas, sei lá, o atual não é o factual. Daí o mar de que você fala? Sou um caipira, criado no cerrado e hoje vivo nas "campinas", 2001 uma odisséia no pasto, como costumo dizer, mas pra mim o mar é atual mas não factual.
Agora me diz aí: tá sumido por conta do carnaval e do ano que só começa na segunda que vem?
Abraço,
Daniel.
pois é, imagina esta falta de reconhecimento a nível pessoal...
se viver é produzir sentido, que sentido sobra num clima de "presente absoluto"?
acho que é este o sentimento do poema mesmo - de que passado é futuro são "inutensílios", como diriz o Manoel de Barros...mas no entanto não conseguimos nos livrar deles. É zen demais pra uma mente ocidental. O mar aqui tvz seja o "caminho", ou o sentido, este que devemos produzir, apesar de tudo.
Sobre votar no Lula- desde a primeira votei nele. Não sou dos que abominam, mas não voto mais em ninguem. Sou pelo voto nulo mesmo - me parece ter mais sentido.
Sobre o sumiço, bem, expliquei por email,ok?
grande abraço, Daniel!!!!!
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