Segurava o cetro, trouxera o arado,
Civilizara a cidade, mas não a si mesmo.
Por isso: paulada nele!
O segundo licantropo,
Este apenas sonhava
Com uma árvore cheia de frutos-lobo
Os olhos queimando na noite escura.
Por isso: deita quieto no divã!
Descera pelo ralo podre da comunidade
Lambia os ossos das crianças
Era chamado de O Grande Traidor.
Descendia de todos os outros.
Não falava mais, grunhia,
Marionete desenhada por dedos finos e longos
Rajados de cinza e preto.
E foi canibalizada em festa pelos concidadãos.
Teve ainda o menino-onça que matava sem querer
Pelo gosto mesmo de sangue, só isso.
Teve ainda a lobismulher
Que sabia usar os dentes como ninguém.
Toda essa fauna rosna dentro de você,
E não, ela não é o seu pior,
Aqueles olhos que brilhavam no seu pesadelo
Tinham o gosto salgado do mar,
O verdadeiro mar de absinto.
Aquele grunhido foi seu melhor idioma.
O castigo é que foi lógico, preclaro e prudente.
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