Quando você é vulgar: apenas negocia convenções, não domina os segredos, qualquer um pode dizer que árvore é o nome de uma cidade, que cidade é o nome de uma arma, que arma é um sentimento, que sentimento é o nome de um faraó. A língua epistolar é a conversa vulgar no desentendimento, mesmo que este ocasione encontros repentinos e imprevistos. É quando uma criança autista diz pra você: se o mundo gira, porque você não fica tonto?
11/27/2006
O poeta atravessa o rio o poeta passa sobre a ponte ele segue a água cinza a água desliza e o poeta caminha. O poeta é engraçado. O poeta constrange. O poeta repete algumas tornures ele muda suas tornures ele o poeta repete suas palavras o poeta come as palavras. O poeta não envergonha ele respira firme ele vai lendo alto sua poesia sua poesia impura sua geléia seu pensamento todo branco. O poeta o verdadeiro poeta ainda dorme sem peso de poeta o poeta é livre como pluma o poeta é gélido o poeta é idiota. O poeta se fixa como bulbo ele é bobo. O poeta pergunta para que serve o poeta. O poeta fala com ar constrangido o poeta fala das caixas concretas depositadas do mundo o mundo imundo do poeta é claro é escuro. O poeta organiza ele permanence. O poeta já publicou alguns livros eu não publiquei nenhum livro o poeta leu o meu poema eu ainda não escrevi nenhum poema. O poeta não admite o poeta. O problema do poeta é resumir seu trabalho. Qual a questão do poeta. O poeta anda a cidade o poeta se anima e se esconde. O poeta sabe de cor o gesto da poesia. O poeta não sabe o gosto da poesia. O poeta é muito importante. O poeta zonzeia. O poeta morre. O poeta é um poeta.
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