3/01/2007

Daniel na cova das cores

verdeazul

caminho
para o morro das pedras

branca espuma
dos dias

e dias
se vão no vermelho
crepúsculo
da angústia

negro rumo
de asas

marrons borboletas
do ocaso

tudo que morre
é lilás

e tudo que vive
é sem cor

como num filme
guardado

agora sei o
que sentem
os sem-olhos

que costuram
por dentro.

2 comentários:

Aldemar Norek disse...

Uma da madruga. Vinha pra casa pensando num poema que fiz ano passado (ou retrasado?) e que o poema do Daniel(o das cores, este que inspirou esta beleza sua aí, Anderson)me lembrou, tvz por certo paralelismo na abordagem, em parte, pq o Daniel consegue uma maior objetividade. Pensava em postá-lo, aí me deparo com este aqui. Só reforçou a intenção. Vai aí, logo acima. Bacana o tema ou abordagem de um movimentar o outro. Isso deve ser poesia.

Daniel F disse...

Acho também. Isso é criação de um lugar que resiste ao Deserto, o de todos nós e neste caso o meu deserto pessoal, fico até meio sem saber o que dizer, Anderson. Aposto todas as minhas fichas coloridas que isso é poesia.
Abraços!