Diz assim ó:
“Vai!
Ó bula de tosar
Carneiros
Voz que só
Se afirma quando
Nega
Os nãos escorrendo
No canto
Da mandíbula.
Vai!
Ó dentes peludos
Castiçal oculto na masmorra
No porão do elevador
Do edifício Angra dos Reis.
Vai!
Riso vencido
No prazo de validade
Caça-níqueis
E lança-mísseis.
Vai!
Hiena que se come
Na própria carniça
Podre fruto
De si mesmo
Servido:
Escuro e escudo e scud e
Ogiva de esgoto!
Vai!
Peido que entra
No próprio cu
Ó cara de anjo e
Pinto de marmanjo
Vai!
Belem-Brasília
Brilhantina de pentelho
Olhos trincados.
Enguia e peixe-elétrico
E gaiola de guardar
Tubarões.
Vai!
Incendiário de parnaso
Oficial de Sentenças
Fetichista da máquina de nomear
Repetindo aos berros
“-Aqui tem gente!”
E da próxima vez
Vê se come direito
A manga proibida
Ó filho de Deus!
Sai fora!
Virgem das trevas luminosas
Portadoras de raízes
Caçador e caçado
Que se atira
Ao próprio rabo
Dissolve-te no asfalto
Que te vomitou
Engole a risada que jogaste
Na parede -
E a parede te devolve aos berros!
Vai!
Ó morcego, coruja e gavião:
As três crias do azul
Terrível.
Pega o lençol, arruma a cama
Debaixo do Altar
Do Salão de Festas
E ri, ri muito
In your dreams.”
Rogue a praga. Mentalmente, para que você não seja
Temido pelos vizinhos.
Veja como a coisa pega no nome –
Bem no meio
Do seu nome.
A cura será
Sua. A raiva
Passará, ó ente do ódio
Amarelado!
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