7/04/2007

A falta que o silêncio faz

O carro olhos-reluzentes-onça-paluá
( Com o poeta por dentro
Dos parênteses fumê)
Estaciona, para o gozo das normalistas

Na cabeça do poeta

Que proclama
50 e tantos anos depois
O manifesto inaugural
De um movimento que marcará (marcou)
A literatura brasileira.

O poeta não
Sente, mas os aplausos se quebram
Como vidro em seus ouvidos
Que guardam as vísceras
De um pássaro doente:
Ave do mau augúrio,
Decadência do sonho ocidental
Em solo brasileiro,
Enquanto as normalistas jogam
Bolinhas de não amassado
Em sua fronte consagrada:

É isso mesmo, meu chapa

O poeta sempre apaga o cigarro
Na coxa da boneca inflável

3 comentários:

Eliana Pougy disse...

Eu sou ta fã, Daniel.

Eliana Pougy disse...

TUA fã.

Aldemar Norek disse...

o poeta não sente mais?
o poeta deixou de sentir?

adorei o filme!