7/08/2007

Samplerficando


meu destino quer samplear Rimbaud
madagascar-me a carne até o fim;
não sei o que esperar da vida, e assim
eu nada espero esperando Bardot.

o corvo que me coube é um urubu
que voa baixo aqui no meu Parnaso
cambaio, azul de fome e de olho raso,
seu nevermore não faz sentido algum.

destarte eis que um destino solapado
por solecismos existenciais
não se compraz em me ver detonado

e sem saber o que, por que, quem, quais,
vou sampleando este papo mandraque
prestante a poetas como eu – de araque.

3 comentários:

Daniel F disse...

Mas que o urubu voa bonito, voa.

Aldemar Norek disse...

alguma coisa tinha que se salvar neste soneto. Foi o vôo do urubo....rs
abração

Anderson Dantas disse...

lembra bastante a construção irônica de alguns poemas do Rimbaud, aliás, que saudades de escrever no meu próprio blog ... acompanhem ... semana que vem terei alguns dias de folga