A cortina está torta e a velha mesa de trabalho
sustenta,
sob um barômetro,
uma pilha piramidal de caixas e cartons.
Ali ela se senta sempre silenciosa,
postura ereta, gestos comedidos.
seu pescoço perfaz um vai e
vem
- parece um papagaio, diria Gustavo.
O dia levanta,
e os movimentos de seu coração
[uma rosa no esplendor]
diminuem, ela
olha fixamente o retrato de uma criança,
manuseia o peso de papéis, joga-o pro ar
quando percebe um
chocolate colado ao grampeador.
Alguns minutos vão-se,
ela fica.
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