Quando você é vulgar: apenas negocia convenções, não domina os segredos, qualquer um pode dizer que árvore é o nome de uma cidade, que cidade é o nome de uma arma, que arma é um sentimento, que sentimento é o nome de um faraó. A língua epistolar é a conversa vulgar no desentendimento, mesmo que este ocasione encontros repentinos e imprevistos. É quando uma criança autista diz pra você: se o mundo gira, porque você não fica tonto?
12/28/2006
O nome do Jogo
...e eis que sigo pistas falsas entre abismos
labirintos de névoas esculpidas como fossem cadafalsos
e caio no breu sem trégua o breu que arranha
o cais bem mais que a água impura onde afundei
meus pés atrás de sombras baças
toca-me então o lábio frio e invado inquieto
salas escuras de pedra antúrio e pedra
nácar e pedra onde dormem
uns sonhos que larguei na primavera
sucumbe agora em mim um vago ardor que amava tanto
e amplia os vastos territórios onde a lua
na luz negra de um destino (cruel?) me iluminava
extenso amor sem sombras nem promessas
que o Presente nunca remunera
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5 comentários:
Pois é, Aldemar, sou fã incondicional do Nelson Cavaquinho, esses lábios frios que você fala no começo é daquele samba necrófilo? Sempre procurei e nunca encontrei o tal. De resto, luz negra é uma das músicas mais belas que conheço. E aquela história de Folhas Secas acho que é verdadeira, e a mais bela e verdadeira que conheço. Saber que os ataques aí foram planejados em Mangueira aumentou minha tristeza. Mas pelo menos sabemos que não foi lá que os ataques começaram... meu lado historiador diz que foi no Palácio do Catete.
Abraço!
Também adoro essa música. Nelson Cavaquinho é o que há!!!
DEPOIS DA VIDA
(grav. Paulinho da Viola)
Passei a mocidade
esperando dar-te um beijo
eu sei que agora é tarde
mas matei o meu desejo
é pena que os lábios
gelados como os teus
não sintam o calor
que eu conservei nos lábios meus
no teu funeral estás tão fria assim
ai de mim e dos beijos meus
eu te esperei, minha querida
mas só te beijei depois da vida.
Õ Lois, onde posso conseguir a música, em qual disco do Paulinho da Viola?
não me perdôo até hoje por ter deixado de ir à última apresentação do Nelson. Creio que foi em 1983. Sei que pouco depois disto ele morreu. Estava pra ver - e deixei de ir por conta de um trabalho de faculdade. A Academia já me fazia mal e eu não sabia (acho que isso também dá samba, mas é mais Noel...rs)
e os ataques foram planejado sim no Catete, no Alvorada, e pela idiotice da classe média, pelo comodismo dos intelectuais, pela mediocridade geral deste tempo.
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