12/15/2006

o poema


a que me agarro esta mudez
total detrás das vísceras decerto
estranhamente naturais à espera
sim à espera despido o ornamento
o som o símbolo inespera o ser
na última fronteira e trava
o embate cego contra o nada ou contra
algum desejo que o esmaga deseja
sim deseja o que as coisas têm
o hábito de ser as mãos pousadas
ou mesmo passos na varanda
antiga já que por dentro em todos
os desvãos e em linha não tão
reta nem abrupta uma voz
sussurra às vezes grita
sossega leão
sossega leão

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