(a partir de anagramas de "Alternância de Poder" - incluindo o título)
Palidez era canja
de genro
em casa de sogra. Mais - ela levantou
No mesmo instante,
Voluminosa a geadas em escarlate
Ante o rogo intenso;
Só em cerimônia dar podia.
O mais compadre de ironia
Tá alqueires longe de nunca afetar
Esse urgente resultado.
Olhares atraídos ao lustre
Cintilam de arbítrio, pelo ralo
Vai o assunto. É inútil:
Do umbral ao embora da mansão
Seu refém inda apodrece na cadeia.
5 comentários:
Os anagramas além do título:
Palidez era canja/
Pele cinza rajada
de negro / de genro
Tá alqueires longe de nunca afetar/
Alternância de sofá é lugar quente
e o interno:
Só em cerimônia dar podia/
O mais compadre de ironia.
Essa técnica aí é bem interessante, Lois. Dá pra tirar muita coisa desse tipo de jogo que mistura o arbitrário (uma combinação aleatória que foge ao controle do "autor") ao artesanal (acho que deve ser bem trabalhoso) e ainda inverte a ordem entre criatura e criador (o poeta é cria da técnica e não o inverso). Qualquer dia desses também ponho em prática!
Abraço!
Ah, e tudo remete àquela página daquele livro encontrado em Babel:
qxvydventyumpçg
mnputabsdgtnhsemal
nomnaonrubfdbyabebt
ó tempo tuas catedrais.
Um abraço!
Exatamente, man! A Biblioteca de Babel é o exemplo perfeito para um monte de teorias sobre o arbitrário da linguagem e o papel do sentido flutuando entre o significante e o significado, como a vida passando através da matéria e da inteligência. Adoro aquele conto.
E anagramas são uma grande fonte de inspiração a partir desse arbitrário, como a rima também, só que mais uniformemente distribuídos entre as letras, hehehe! ;)
Abração!
pois é, tem uma relação entre o imponderável e a rima bem interessante.
descobri isso naquela onda dos sonetos.
Postar um comentário