1/09/2007

o mesmo Janeiro

tirarei
cravos da rouxidão

da tua boca

e pela curva
que agora se
mancha

pelos vincos
do teu queixo

não vive
um só momento

na tua pupila

os anos que viram anos
em anos e mais
anos

empilhados

não tenho mais
nenhum verso
em minhas

mãos.

vagabundo.

mirante destruído.

2 comentários:

Aldemar Norek disse...

esta agonia do "não tenho nenhum verso em minhas mãos" é linda e angustiante....não?
e tem uma associação de poesia a trabalho? (por mencionar o vazio de versos ao vagabundo...)
abração

Anderson Dantas disse...

sim, é mais ou menos isso ... quando roçamos a pretensão dos caminhos ...