12/08/2006

Quem não chora não mama

Nesta cidade a chuva
Não sabe cair
Nada de mãos pequenas!
Sempre vem com tudo revirando a van azul
Que por dentro revira os passageiros.
Argonautas?
Pobres-diabos,
O caralho!
Atenção passenautas:
Vamos pôr gelo no ouvido
Que lá vem a sirena de garras de ave de rapina
E fones de ouvido
Trancar pra sempre nossos corações aqui e agora em:
Amor amor delicia-me o vômito de uma criança
E não se esqueça de me abandonar
Trago-te dentro da veia oh meus alvéolos!
Isso é o que ela queria
Com esta canção de sugar candy and brandy.
Mas hoje nossas carteiras estão de olho
No cara de chapéu de palha e cigarro de palha
E blusa de estampa colorida
Chico Science desta pujante terra de Guilherme de Almerda
Que entrou na van sem um centavo no bolso
E vai ser esporrado pelo motorista e pelo cobrador
- Por que você acha que acordei às cinco da matina?

Depois da chuva
Entre um café e um suco de cajá
Conto esta anedota comigo acontecida
Na cidade molhadinha a desamigos:
- Ah meus companheiros de infortúnio
Da próxima vez tragam caixas de fósforo
Vamos tocar fogo neste poema bolorento!


3 comentários:

Aldemar Norek disse...

gostei muito do filme.
uma idéia na cabeça e um computador à mão.

Aldemar Norek disse...

sei lá, mas qto à forma eu tirava algumas vírgulas, parecem interromper o ritmo vertiginoso da cena.
tvz tbm alguma quebra de verso.

Daniel F disse...

Acho que você tem razão. tentei deixar as vírgulas apenas onde elas tinham uma função semântica. O resto tirei. Abraço, Norek!