11/29/2007

nº 2




A linha sinuosa do amor atravessou sua pele
e você,
noite sem luz, todo por dentro um escuro sem tamanho,
não pode perceber em que parte do corpo foi escavado este caminho estreito e suas margens difusas.
Fora é sempre dia e as manhãs se repetem encadeadas
quando luzem sobre a linha que se afasta e inaugura outros territórios, acolhendo peregrinos pelo que se segue, curso aberto.
O tempo atrapalhou-se no seu fluxo e lhe ancorou a este entreposto,
presente que nunca se afasta:
os propósitos desencontrados são projéteis contra a pedra à sua frente
e agora sim, agora é o meio do caminho,
você está no meio, mesmo que algo lhe diga,
qualquer coisa lhe diga
que não seja assim.
(das "Notas Marginais")

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