(este aí esqueceu de se deitar...)
DATADO
‘O Tempo errou’, penso, aqui no chuveiro.
Vou escrever um soneto e provar
que sou antigo e aí argumentar
com a noite, com a TV, com o desespero,
no caminho entre o quarto e o banheiro
como um cego que, ao par de não enxergar,
vê as horas despencarem do ar
com o pensamento, o amor e o desejo.
Não! O Tempo não erra, erramos nós
quando, frente ao espelho, sonhamos alto
sabendo o que é o mundo e que são belos
ou feios os caminhos. Não são. Pós-
tudo, agora, outra questão me assalta:
onde foi que perdi os meus chinelos?
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