11/17/2007

nº 65



Secar, secar até ultrapassar
a fronteira da pele, para dentro, e ver como numa vertigem
o limite do que você era lá fora, onde
ainda verdejam campos e umas flores
desnecessárias e trêmulas ao vento aspergem
seu perfume sem ligar pra nada. Aí,
quando quer encontrar-se, você
tem que sair de si em busca de outra esfera, aliás
você mesmo ali além do nada entre o que pulsa
e o que seca ainda mais, cada
vez mais, na fervura
desta tarde em que parece tudo um buscar
ao outro, mas o outro
é mais longe, depois
dos vazios paralelos
em que se perdem as coisas, na sua maioria
distraídas.

(das "Notas Marginais").

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