Quando você é vulgar: apenas negocia convenções, não domina os segredos, qualquer um pode dizer que árvore é o nome de uma cidade, que cidade é o nome de uma arma, que arma é um sentimento, que sentimento é o nome de um faraó. A língua epistolar é a conversa vulgar no desentendimento, mesmo que este ocasione encontros repentinos e imprevistos. É quando uma criança autista diz pra você: se o mundo gira, porque você não fica tonto?
11/03/2007
Pro dia nascer feliz
O que me vem a cabeça é que a causa está no período em que não se podia falar. Podia-se pensar, mas falar era arriscado. Então, aprendeu-se a não falar e esse não falar tornou-se um ensino. Para tanto, foram esquecidas esperanças, sonhos, desejos. Foram esquecidas estratégias, jeitos de corpo, soluções. E foi esquecida uma capacidade tão especialmente humana, tão somente humana e, por isso, tão nossa: a nossa capacidade de ouvir. A solução está na escuta. E no não egoísmo, na divisão de saberes, na partilha. E é só por isso.
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