Enquanto as páginas do jornal são meticulosamente folheadas,
os olhos vermelhos do garoto balançam a bandeira,
a mesma bandeira da mãe,
aquela que não dorme há 3.650 noites.
Em contrapartida, a velha senhora engole mais um barbitúrico
e mais um
e mais um
e sonha com seu paraíso das flores de plástico
e do mar de pouco sal.
As toalhas delicadas estão todas limpas
e a mesa escorre pelos cantos:
saladas
frutas
sucos
desenham arcos-íris transparentes que se perdem por aí.
Felizes, as meninas dançam nos pés de seus pais,
homens amargos encharcados de álcool,
verdadeiros james bonds
que só esperam a hora de trepar.
2 comentários:
Gostei deste Eliana!
Sobre os anos 1980, eu tinha meus 10 a 15 anos. Nessa época, eu achava que era comunista (juro por Karl Marx!), e só ouvia Chico Buarque. Agora ainda ouço, mas também curto outras coisas, Cartola, Zumbi do Mato, e muito, muito blues. Nada que eu tenha descoberto, apenas B B King e Lucille.
Itamar Assumpção é legal também.
Beijo,
Daniel.
Eu sabia que você ia gostar. Beijo!
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