Quando você é vulgar: apenas negocia convenções, não domina os segredos, qualquer um pode dizer que árvore é o nome de uma cidade, que cidade é o nome de uma arma, que arma é um sentimento, que sentimento é o nome de um faraó. A língua epistolar é a conversa vulgar no desentendimento, mesmo que este ocasione encontros repentinos e imprevistos. É quando uma criança autista diz pra você: se o mundo gira, porque você não fica tonto?
10/22/2006
de "Notas Marginais"
nº3.
Não sabe o estrago que me faz, à socapa. Tudo bacaninha. Na foto,
estamos sob olhares da posteridade –
e amanhã todo julgamento vai transbordar erro. Nunca se pode captar
o suspiro ou perpetuar o espanto. São dias holliday on ice e vamos
com patins de primavera, findo o verão.
O coração on the rocks e em carne viva murmura ‘eu não sou cachorro não, meu bem, não sou’,
mas lê Kierkegaard às três da madrugada sob uma luz quente e ácida, amarela.
Ao largo de tudo um enorme prazer por embaralhar
as pistas destinadas ao futuro: não quero ser encontrado,
e meu esconderijo é de pérolas
falsas e opacas.
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