Quando você é vulgar: apenas negocia convenções, não domina os segredos, qualquer um pode dizer que árvore é o nome de uma cidade, que cidade é o nome de uma arma, que arma é um sentimento, que sentimento é o nome de um faraó. A língua epistolar é a conversa vulgar no desentendimento, mesmo que este ocasione encontros repentinos e imprevistos. É quando uma criança autista diz pra você: se o mundo gira, porque você não fica tonto?
10/08/2006
Garganta
Eu sou um rasgo
- entre um trago e outro -
um canto profundo
feito silêncio,
vão,
que germina em vasos alheios.
Vasos grandes,
recheados de picas,
falocratas,
postas nas mesas-bocas
escuras e quentes
cheias de cartas marcadas,
vício maldito,
dos porões.
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3 comentários:
Eliana,
esta coisa do vão, da poesia como habitante do vão, da alma como vão (e vã) me apaixona. O estar entre, num devir eterno. O estar nos porões.
é a segunda vez que você me deixa sem palavras.
Oi Eliana, boa noite! Parabéns, um bom poema. Obrigado pelo convite: vcs são nota 10... Um blog de qualidade... Eu nesse corre-corre fica meio difícil... Beijão e abraços sempre carinhosos para todos do josealoisebahiabhzmg...
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