10/08/2006

uma carta em 08 outubro de 2006


(carta a amada que chega)

não, disse à amada

mentirosa, atavio
rio poluído
de esgares e sumos

não és tu
quem carrego
nos vasos de espinhos

nem chegaste
com uma rosa
nos cabelos negros

não ganhaste
minhas moedas
e poemas

meu charco inútil

disse não

não és a amada
que chega

com perfume
da estrada
e com o flanco rasgado

de punhais.

a amada,
saberei reconhecer

recolherá meus lençóis
sujos,
descobrindo meus pés

acariciando-os

beijando-os

a amada.

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