Quando você é vulgar: apenas negocia convenções, não domina os segredos, qualquer um pode dizer que árvore é o nome de uma cidade, que cidade é o nome de uma arma, que arma é um sentimento, que sentimento é o nome de um faraó. A língua epistolar é a conversa vulgar no desentendimento, mesmo que este ocasione encontros repentinos e imprevistos. É quando uma criança autista diz pra você: se o mundo gira, porque você não fica tonto?
10/07/2006
uma carta em 07 outubro de 2006
(a todos aqueles que vigiam)
a todos aqueles que vigiam
não podem me ver
nem em superfície limpa
como então ver
em danação meu espírito
que pulula?
a todos aqueles
com câmeras, binóculos
tramas, redes mundiais,
banco de dados, supervisores de rede,
estes que podemos dizer
o eminente escabroso olho do cu, cagando moscas,
retumbando com imperialismo,
urinol último, estrumeira, charco de mijo sem cloaca
a besta das cem patas, USURA
ainda posso incluir
LUCRO, merda ainda mais fétida
e profunda
não será nossa última carta
sem olhos, o uno.
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5 comentários:
Adorei isso, Anderson. Visceral pra caramba.
Boa pegada Anderson. Ah: e mandei pra você o convite pra lista de discussão, só agora vi que seu e-mail não estava lá. Olha pessoal: qualquer um pode convidar na lista? Ou só eu mesmo? Na segunda hipótese, que chato, isso fere totalmente meu ideário político de gestão coletiva...
Olás Aldemar, Anderson, Daniel e Eliana, boas tardes! Vi o aviso lá no Cronópios. Tô aqui visitando... Nota 10 pela iniciativa.. O poema tem uma pegada escatológica... Gostei muito... Abs do josealoisebahiabhzmg...
Olás Aldemar, Anderson, Daniel e Eliana, boas tardes! Vi o aviso lá no Cronópios. Tô aqui visitando... Nota 10 pela iniciativa.. O poema tem uma pegada escatológica... Gostei muito... Abs do josealoisebahiabhzmg...
uma tradução legal dos tempos neoliberais...gostei tbm.
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