Eu cresço entre tensões
como flores
num bosque onde
ninguém põe os pés.
Cada ferida é perfeita,
fecha-se num minúsculo
botão imperceptível
doendo fundo.
A dor é uma flor como esta
como aquela
como esta
como aquela.
Quando você é vulgar: apenas negocia convenções, não domina os segredos, qualquer um pode dizer que árvore é o nome de uma cidade, que cidade é o nome de uma arma, que arma é um sentimento, que sentimento é o nome de um faraó. A língua epistolar é a conversa vulgar no desentendimento, mesmo que este ocasione encontros repentinos e imprevistos. É quando uma criança autista diz pra você: se o mundo gira, porque você não fica tonto?
Um comentário:
Daniel,
esta sua amizade com Creeley tem nos trazido uns momentos bacanas.
Gosto muito, você sabe, da sua noção de "aproximação". Ela aponta para a impossibilidade de tocar, parece assim o "limite" da matemática, onde você se aproxima infinitesimalmente, mas nunca chega. É uma alegoria e tanto. Traduzir, bem como interpretar, entender ou qualquer outro exercício hermenêutico, carrega esta maldição.
abraço
aldemar
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