“ é a história de um imperador chinês que guardava muitos tesouros, um dia um amigo o visitou e pediu pra ver o tesouro guardado. O imperador o levou e na hora de sair ele agradeceu por ter ganho o tesouro de presente. O imperador disse que não tinha dado nada pra ele. Então, o cara respondeu que tinha desfrutado o mesmo prazer que o imperador ao contemplar a beleza das jóias, por isso a diferença entre eles não era grande. E ainda o imperador tinha o trabalho e o ciúme de guardar, tomar conta. Acho que entendi isso como uma história sobre como amar sem querer a posse, um amor puro que aceita a gratuidade da vida. Amar sem padecer com o medo da perda.” (A.)
Meu amigo A. me deu um presente
Chego ao hospital para ver a enferma mãe
E recebo outro: ela levanta e me convida para bailar
Dançar uma valsa que flui da vida
Frente a minha dor da perda
A minha tristeza tristeza de um aparente fim: horizonte fugidio
Me reconforta por um instante de alegria e esperança
Uma guerrilha do amor é travada
Minhas lágrimas caem: o real da presença me conforta
Nossa fragilidade nos abraça: o instante respirado e transpirado pela corporeidade da valsa
Um instante fora do tempo e já agora dentro de minhas lembranças
Lembranças de um instante de amor
Puro (purgatório da purificação de um luto inexistente)
Um fragmento da essência do perfume da vida.
Aqui e agora choramos juntos: compartilhamos
a dor da alegria e a alegria da tristeza
pureza impura que brota em minas perdidas: penumbras de mim
Deixar a tristeza sair!
Sem de perguntar por quê?
Cada dia pode ser uma surpreza
Em busca do milagre da presença
A espera de novas valsas!
Talvez a experiência dessa guerra
Seja simples como a história de A.
Apenas ser e estar diante da vida e da morte
Ver, aceitar e viver o Real e as Verdades desconhecidas
Invejo os samurais e o amigo do Impera(dor)
Um comentário:
Um dia chegaremos a isso!
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