caminhando pelo estacionamento,
vamos para o desconhecido fingindo que o destino
é o restaurante, conversas
furtivas, risos, esta tarde e sua beleza
impressa de passagem nos espelhos parece
lembrar que o desconhecido pode ser
o nada, você
ainda acredita na felicidade e não percebe
o resto da tarde indo em direção
ao nunca, nem
os espelhos onde sua beleza enlouquece
átomos em movimento aleatório, nem
os anúncios breves do fim
em cada gesto no catálogo das horas
enquanto o mundo todo sorri
para a beleza, e dentro de nós
um cápsula impermeável, sem
orifícios, tenta atravessar a pele
com sua violência muda, cega,
surda, desesperada - por mais
que as peles se toquem
até o limite
e a carne atravesse a carne
o destino não negocia o incêndio
à sua passagem, as pontes
caídas, o silêncio.
Um comentário:
Oi Daniel.
Mais conversa aqui (nas entrelinhas do poema anterior...)
Abraço!
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