Como matar a criança
que nunca nasceu?
Nos perguntávamos.
Em meio à seca ela subia montanhas
Trazendo água para nossa sede
Com a pele toda trincada.
Como é possível matar essa criança?
Ela incomoda, extemporânea,
Mas do vazio de seus olhos entorpecidos
Vinha
uma luz que aplacava o breu
De
nossos corações sugados de tanta gravidade.
Como
mataremos a criança inexistente?
E
ela estava morta.
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