1/22/2007

Estrondo ao Branco (Tiro ao Alvo)


Buracos na folha arrancada de espiral
Perfilam aspectrais geleiras vindas abaixo
Dando imargem ao reto raio em pauta

É um grande barulho, comovem-se todos
Seguindo a epilepsia, afinal liberta.
Ínfimas fagulhas na freqüência alta
Fazem flauta atrás de expectativa
A tempo de avalizar tão longo aplauso.

São os gritos do norte:

Cortantes ventos além da estufa
Galhofam afora de flocos rolantes
Bolas de neve, dinâmicas pra porção.

Irmãs em desespiro, as mãos se debatendo
Pra fugir à linha acima ou embaixo
Centradas já em outra grafidade

E a sucção perpedra o que caiu
Num susto tão fluxo, soluço
De ponta, curvas em arame que monta
Buracos na folha arrancada de espiral.

(22/01/2007)

3 comentários:

Eliana Pougy disse...

Ficou tão bonito isso, Lois. Dá uma sensação de queda no branco, frio na barriga, um medo repentino. Parece que você tá sussurrando.

Eliana Pougy disse...

Caramba, é uma folha arrancada do caderno!

Aldemar Norek disse...

é, esta folha arrancada dá uma sensação de tristeza.
adorei certos neologismos.
abração