7/30/2007

Será como se nem mesmo você
Soubesse mais a sua voz
Depois de semanas no experimentalismo existencial
Da solidão
(Porque solidão
Também é experiência,
E das mais radicais).

Será como o primeiro erro inviolável, a origem
Que sempre está aí, no seu jeito de tremer as mãos
De falar como um big bang se explodindo
Pra dentro,
No andar de marionete
Com alguns fios cortados.

Será como se o comandante decidisse usar de uma vez
Por todas
As armas disponíveis, todas,
E elas fossem infinitamente destrutivas
Será como se fosse assim
Depois que você tiver nascido.

Será como uma guerra perdida
Ou vencida tanto faz
Cada explosão se prolonga na outra
E esta na outra e esta
Seria definitivamente a marcha da história
Se você tiver destino.

Um comentário:

Aldemar Norek disse...

Li hoje uma estrevista do Sérgio Sant'Anna que saiu no sábado no JB, onde ele diz:" .....não gosto de vanguardice. O João Cabral de Melo Neto, p.ex., tem poemas belíssimos sobre Mondrian.Ele sente o pintor vibrar naquelas texturas. O que prova que mesmo um autor de vanguarda precisa de um lado emocional forte. Não adianta apenas experimentar, apenas se exibir. Porque aí sente-se o falso. E eu detesto o falso."
Sei lá, penso muito nisso, lá no Cronópios e em outors sítios a gente vê aquelas (velhas) posturas neovanguardistas de gênios autodeclarados onde você tira o trampolim e não sobra nada, sequer uma angústia humana, um bode. Sempre vi a poesia e a literatura como cortantes do que é mais humano (sublime ou vil, não importa).

Isso aí tudo é pra dizer que gostei do teu poema. Vai falar comprido assim no raio-que-me parta! :)