10/12/2009

no além do labirinto



(para a.c.l.)


Agora o mar, um útero, me aguarda
gelado, e o choque logo transformado
em asfixia ( e dela, num só passo
áspero e rápido, ao balé que as algas
fantasmagóricas desenham na água)
não assusta, nem antes o sol claro
contra o azul infinito recortado
com seu halo, nem a visão das vagas
e das terras ao longe que eu tanto
quis um dia conhecer, nem a brisa
que do calor do sol me distraía.

Tudo isso pensava ontem quando
olhava seu rosto e algo me vinha
do futuro, num susto, e você ria.

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