Como um vento forte
E frio
Pode ser tanto uma presença
Quanto ausência:
(A janela é uma membrana entre a cidade e meu casulo, as persianas se agitam e o mundo invade minha escuta e minha pele: dois sinais incoerentes, o barulho e o peso do ar, dando a entender que, neste momento, a vida passa)
(o vento, simplesmente, não quer dizer nada enquanto permaneço em estado de paralisia, à espera de)
O vento forte e frio
Comprime meu corpo
Por fora, por dentro
Da garganta
Mãos invisíveis
Sufocam meu corpo
Que respira.
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