4/15/2012

ideia fixa




Não sei porque este vício de arrumar, não
as coisas, que estas nunca se prestam ao
desejo de ordem, previsão total,
sentido, mas às palavras que nos dão

notícias delas, sempre vagas , no espaço
de catorze versos, dois quartetos, dois
tercetos, feito uma engrenagem que mói
tudo o que processa em métrica e em compasso

antes determinados, numa ficção
que a gente chama ‘escolha’, ‘vontade’, ‘arbítrio’,
e logo se desdobra em outra, esta aqui,

da forma fixa sobre o mundo, ilusão
que inflama em quem escreve um sonho, o delírio
de ter nas mãos o destino, o seu devir.

2 comentários:

Eliana Pougy disse...

Adorei. Disse todo esse vício que temos.

Aldemar Norek disse...

Oi Eliana!
Não me pergunte o porquê, mas tive a intuição de que você iria gostar deste...
Bjo.
Aldemar