Quando você é vulgar: apenas negocia convenções, não domina os segredos, qualquer um pode dizer que árvore é o nome de uma cidade, que cidade é o nome de uma arma, que arma é um sentimento, que sentimento é o nome de um faraó. A língua epistolar é a conversa vulgar no desentendimento, mesmo que este ocasione encontros repentinos e imprevistos. É quando uma criança autista diz pra você: se o mundo gira, porque você não fica tonto?
4/15/2012
ideia fixa
Não sei porque este vício de arrumar, não
as coisas, que estas nunca se prestam ao
desejo de ordem, previsão total,
sentido, mas às palavras que nos dão
notícias delas, sempre vagas , no espaço
de catorze versos, dois quartetos, dois
tercetos, feito uma engrenagem que mói
tudo o que processa em métrica e em compasso
antes determinados, numa ficção
que a gente chama ‘escolha’, ‘vontade’, ‘arbítrio’,
e logo se desdobra em outra, esta aqui,
da forma fixa sobre o mundo, ilusão
que inflama em quem escreve um sonho, o delírio
de ter nas mãos o destino, o seu devir.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Adorei. Disse todo esse vício que temos.
Oi Eliana!
Não me pergunte o porquê, mas tive a intuição de que você iria gostar deste...
Bjo.
Aldemar
Postar um comentário