O que passa por estas tubulações, de apartamento a apartamento, de edifício a edifício
canalizado por dentro de onde vem
o ódio, vem o medo. De minhas pernas vão brotando raízes e um sujeito se enredando em sua própria e alheia seiva envenenada caminhar é cada vez mais difícil.
Um justiceiro a cada esquina e você de refém
do espírito da época.
Há um estranho arco-íris brotando de sua boca, alguma coisa mais com a cara
de uma falha no sinal da televisão. Alguma coisa assim parecida com a sopa primordial de onde algum dia quem sabe brotará
a vida – se rolar um seqüestro um
relâmpago.
4 comentários:
Poema claustrofóbico e súbito. Me lembrou o conto "O Quadraturin", de Krzyzanowski, sobre um sujeito que mora num cubículo em Moscou e consegue uma substância que aumenta o tamanho dos interiores... e isso se torna um pesadelo!
http://www.sitedeliteratura.com/Litestrang/marcador.htm
vou comprar esse livro!! tem um conto do Samuel Rawet excelente, que vai mais ou menos nesse sentido, ele se chama "o terreno de uma polegada quadrada".
esse texto nasceu disso mesmo, uma sensação de claustrofobia que tive aqui em casa.
Abraço.
Compra sim, Daniel. Acho que você vai gostar muito! Todos os contos são ótimos, e surpreendentemente 'contemporâneos'. Abração!
Postar um comentário