A luz do sol
perturba:
Injete
bílis negra
até
a raiz das penas amarelas
contra
a transparência vítrea
da
vida, do ardor nos olhos
até
a escuridão se enovelar
ao
redor do tempo –
por
dentro dos túneis da cidade
dos
vasos sanguíneos,
da
capilaridade do terror –
Um
redemoinho
em
forma de coração
com
poeira
de sol
carbonizado.
*
Encubra o sol
das tuas pupilas
na praga-nuvem e na praga-vento
interrompido por
um denso raso
ou fino
profundo,
empalidecido até
a brancura:
que o sol se
sufoque de todo o céu.
*
Que o sol se
refugie
além da chuva
mais forte
como um trem
descarrilado
em flashes
tremendo vagamente
através de todo
o ar
e fluxos de
duplas incríveis de fogo vermelho-violeta
bifurcadas ou em
zigue-zague,
ondulando no
mesmo instante
e duradouras no
olho por pelo menos meio segundo:
Mas que seja um
preto seco véu
que nenhum raio de
luz do sol possa penetrar
ao sol
alimentado pelo betume de todos os caminhos
ao sol holofote
abstrato que vai te engolir na rua sem saída
através do
imutavelmente sombrio abril,
por meio do
desanimado maio
e escurecido no
junho da manhã,
ou depois da
manhã:
cinza
envolto assim.
E isso é uma
coisa nova, e muito terrível.
*
O novo sol
parece, em
parte, como se fosse feito de fumaça venenosa –
existem, pelo
menos, duzentas chaminés de fornos num quadrado de dois quilômetros em cada
lado de mim.
Mas a mera
fumaça não sopraria para lá e para cá dessa forma selvagem.
Ele olha mais
para mim como se fosse feito de almas dos mortos, os que ainda não estão fora, aonde
eles têm que ir, voando aqui e acolá, duvidando, eles mesmos, do lugar.
Você sabe, se é
que há coisas como almas
e se algumas delas
assombram lugares onde foram feridas, deve haver muitas acima de nós:
sem chuva para
falar e nenhum vislumbre de azul
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