Sua
ingenuidade chega a irritar. Não há mais tempo.
Cidade
é máquina de sucção que dissipa vitalidade, jogando sua luz bronze amarelada
para o alto, como se fosse colorir-se nos prismas de gelo que flutuam no
primeiro perímetro de um universo sonhado sem periferias.
Patas
articuladas de insetos arranhando vidros. Dentes à mostra e uma elipse abstrata
de ironia nas risadas. Múmias cultivadas com afinco. Todo espelho é uma lâmina
em potencial.
Só
que em toda essa comédia, o curioso é que a luz anêmica não supera nem mesmo as
primeiras camadas de nuvens.
Quanto
mais alto, mais é noite.
*
Desde
os tempos bíblicos, a humanidade zomba da estupidez de tipos como os
caranguejos.
Não
sabem nem mesmo como se recolher em segurança à sua toca.
Tudo
o que é da lama, que respira pelo lodo, faz a gente sorrir.
O
fogo-fátuo é a tentativa mais tola da natureza de impressionar.
Não
há lugar no paraíso para esse tipo arcaico de alma.
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