6/29/2014

Um dia no observatório

Você por aqui?
Quem diria. Quem me dera
um planetário de estrelas e cometas amarrados no arame farpado
e esse fosse o nosso Teatro.

Tem uma gritaria danada nas rachaduras da parede
e um microscópio poderia explicitar a cratera nesta pequena fissura.

Dentro de milênios, tudo vai ruir:
que torturados afoguem mágoas na cerveja,
enquanto o edifício é implodido.

Exceto minha surpresa presa, sabe?

Não. Sério.
Não estou acreditando.
É você mesmo?
E olha,
onde você está?
Aqui!
Bem na mira.

Do telescópio.

É melhor então olhar lateralmente
ao inexprimível mistério de espelhos distorcidos
uma vez que as distâncias entre planetas mostram certa progressão
o quinto membro não correspondendo à natureza
do que deveria planar entre Marte e Júpiter
estes sim, que realmente existem
e assim, o desconhecido para nós
passearíamos em espaços de pensamento procurado.

Mas não seria perda de tempo –
e tempo é poder –
ó divina máquina de xérox?

Então.
Até por isso reagir assim
como um sapo esguicha você por aqui
logo você
e justo justamente aqui, nesse quartel?

Resguardando-se a opinião para o último blefe,
alguma coisa estilo
sorrindo,
logo existo.


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