11/06/2014

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eu quero um cavalo que se dissipe no ar e em cuja pelagem anoiteçam os sete segredos do meu hino de melancolias

em tudo, meu lugar nenhum. meu próprio cavalo azul

que tem sido sistematicamente chamado pelas bocas de uma legião de desaparecimentos de crianças, homens e mulheres

se tudo eu peço a esse deus em que não acredito

e que nunca me disse "levanta e anda"
e que nunca me disse que será meu o reino dos céus

eu mesma digo

pela minha boca, no fundo das bocas da distância em que estou de mim. exílio. no espelho
o olho do meu cavalo azul que não tenho. sem nome

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