Nasci sem olhos
sem língua
com uma cascata de
nadas pulsando
no sangue
vejo o mundo por olhos
alheios
canto numa língua que
herdamos
e sentidos catados nas
ruas
caveiras programadas
à sombra da noite
transparente.
*
Calçamento de pedras
desoladas
da lua
costura de vozes e
sombras
nos santos surdos de
pedra –
onde falamos.
*
Atrás dos cogumelos de
madeira
molhados de sereno –
uma silhueta sem rosto
vela meu sono.
Um comentário:
Belo poema
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