10/29/2007

nº 55




Na paisagem flores de concreto a prumo brotam ostensivas
da areia num ímpeto veloz, com ou sem
vista para o mar, desnecessárias, ao lado de mensagens
extramuros, fora
de qualquer porta, mais
lá fora que você agora, luminosas
ou sem luz são só eclipses
do sentido em sua vida
sem adornos dentro de uma cápsula, num bólido de lata
sobre rodas que arrasta a pique seu corpo
para o esquecimento e a ruína, no frio
artificial em que suas retinas amplificam
tudo que vaga abaixo da pele
do mundo, enquanto
você insiste e segue avulso
como uma caixa da qual ignoram
o destino, no extravio
desta tarde.

(das Notas Marginais)

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