11/05/2008

nº 92




Fatos, só eles
são sagrados – “por isto aspiro
ao profano
”, ele disse, negociando
outra vez no intervalo
entre o espírito e a carne, nas margens
do corpo, ali
onde o desejo pulsa desesperado por fazer
sentido , lugar
abandonado tanto
tempo atrás, num dia
que envelheceu junto ao seu registro, história,
lembrança, memória de dor
degenerando células em alguma parte
do seu corpo, enlouquecendo
outra vez algumas doses acima, bem acima
do real.

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