3/21/2009








1.

Aqui jaz
Uberlândia, entre
Muros, em você
Na sua, o sol deixou
Rastros
Pintados na tinta fabricada
Com suor de fios elétricos –

Defesa eficaz contra gatos
E pássaros.


2.

Uberlândia é sua
Própria cova e os muros
Erguidos com areia
Do deserto e migalhas
De feixes de luz
Jogadas pela outra
Metrópole, a imensa
Cidade com que sonham
Os lagartos do cerrado,

Perfazem o enigmático
Desenho, entre labirinto
De amplíssimos corredores
E mausoléu.

Um comentário:

Aldemar Norek disse...

os poemas são fortes e bonitos, não há o que comentar, acho. as fotos são recortes do real, precisos. mas uma coisa sobre a notação me causa uma estranheza: as maiúsculas no início de cada verso, neste caso, dá uma solenidade descombinada a cada verso, e pra mim mata a fluência na leitura - aumenta o salto e assim perde parte do enjambement entre um e outro. ou será preciosismo demais?
abração