3/01/2009

Circusntância, 3

Você não vem - isto é definitivo
como no rapto de viver (surfar
na chama do instante, seu desatino)
a gente vê o presente cancelar
a si mesmo, contínuo, incendiando
cada segundo, agora, na explosão
de um outro a ele atado, ardendo tanto
que nada além de cinzas do lixão
do tempo, memória, vai ter assento
no chão do pensamento, e mesmo que
desse rescaldo a gente faça tinta
e imprima em novos livros fragmentos
de espanto, poemas, não vai deter-
se o fim, poeira fina, coisa finda.

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