11/07/2009

Sangue
de espelho líquido.

Os intermináveis gestos
opacos
da cidade que se joga
sobre os meus braços
como chuva
de cacos de vidro

meus olhos que afloram
como bolhas
de um lago translúcido.

o reflexo do seu sorriso
com uma gérbera no espelho
do elevador vazio.

Embriagar-se de vermelho
dos sinais, ser menos
o anônimo das ruas
rasgar a pele e tatuar o vento,
sumir do mapa –

um projeto de lucidez
infalível.

4 comentários:

Aldemar Norek disse...

Daniel,
eu já devo ter dito isto aqui em outros lugares: este é o seu poema mais tocante, na sua dança de imagens reais, que já li. É aquele ponto em que a consciência se emociona.Vou reler e reler. Grande abraço.
aldemar

Aldemar Norek disse...

p.s. você não acha, mudando de assunto, que este texto/poema aí abaixo sobre a Brtelecon (que gostei muito tbm) é em si um projeto poético, sobre a relação com as instituições e seus braços (como uma concessionária)? Acho que você tem outros textos sobre isso e poderia virar um volume.
Abração

Daniel F disse...

Oi Aldemar,

Que bom que você gostou. Quanto aos poemas instituicionais, minha idéia é que eles façam parte da "histtória do tempo presente", se algum dia o vertigem de vestigios ficar pronto.

Abraço,

Daniel

Daniel F disse...

Oi Aldemar,

Que bom que você gostou. Quanto aos poemas instituicionais, minha idéia é que eles façam parte da "histtória do tempo presente", se algum dia o vertigem de vestigios ficar pronto.

Abraço,

Daniel