8/11/2011

Pro meu livro de orações

Mar de águas estagnadas misturadas com betume sacos plásticos merda de crianças mijo de velhos bêbados e carcaças de caranguejos –

Alma, onde tudo vai parar:

Sonhos frustrados, livros que descrevem sonhos frustrados e livros que são sonhos frustrados quantas palavras
intrigas palacianas, o senador dá uma entrevista antes de entrar no avião, mensagens apocalípticas nos túneis da cidade.

Rezar é vomitar entulhos.
Rezar é falar devagar com a língua cheia de lama, cuspir alma pelos poros do corpo revoltado.
Eu gosta de brigar no trânsito. Eu tem razão. Eu é uma mala pesada que alguém tem que carregar e rezar não é pedir proteção ao Altíssimo
administrador de cartões de crédito, é abrir uma fenda no concreto-carapaça de Leviatã.

Só sabe rezar quem é soberano.





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