Ismália vai à lua –
cai no
muro.
Puta
vestida de onça
sentada
em desolação
de
gasolina me pede um cigarro
- não
fumo.
Um
caminhão atravessa
o céu
de cachaça envelhecida
no
carvalho:
hagiografia
de coveiros
e
cracudas fazem amor no cemitério:
- Entre
o pernil e a vida
o morto
ficou com o pernil.
Temos ainda a procissão
o andor
é estudante e nossa senhora
jovem envolta em lençol com sêmen.
Protege-se
no sarcasmo o pensamento dividido
a
oração de um cético
na
igreja só para abrir trilhas no facão.
É tudo
assim
tão irrisório
iridescente
como a ilusão de um desejo
alheio:
A
língua furiosa do amor e do desamor
embriaga
os mitos.
Eu, vampiro, alimenta-se
do pó
dos muros.
Ismália vai à lua –
cai no rio
fermentando
de vida.
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