4/15/2007

nº 36




Você persegue (feroz) a vida normal
como se ela fosse uma ficção, um endereço
perdido em Sai Mai, distrito de Bangkok – mas Bangkok
é um ponto no mapa, uma fotografia vista sem interesse, uma
presunção a dias de distância, talvez anos, talvez nunca-
e acaba invejando aqueles que procuram
perceber o sentido
no ato de estar vivo. Mais que perceber, formar, tecer
a rede de proteção na última fração de segundo
antes da queda.
Você já viu que tudo termina num sopro, num suspiro ,
no ar que sai do corpo e não retorna
- e o que fica não tem som.

Ali, naquele instante, não havia sombra nem amor.
(das Notas Marginais)

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